quinta-feira, 26 de março de 2009

Ótimo texto para quem está pensando em que profissão escolher

O ensino médio vai chegando ao fim e uma preocupação vai aumentando: que profissão escolho? O link abaixo leva você a um ótimo texto de Rubem Alves sobre essa pergunta tão angustiante. Boa leitura!

http://www.releituras.com/rubemalves_decidir.asp

sexta-feira, 13 de março de 2009

Dicas para interpretar um texto

A aprendizagem de sociologia requer que saibamos interpretar textos. Infelizmente, o estudante brasileiro tem muita dificuldade em interpretar textos, principalmente os não-literários. Pensando nisso, divulgo as seguintes dicas (não elaboradas por mim) para uma boa interpretação:

segunda-feira, 9 de março de 2009

Cidadania? Que que é isso?

Cidadania isso; cidadania aquilo; construção da cidadania aqui; ataque à cidadania acolá; cidadania de tal país... É muita cidadania! Pelo menos no reino das palavras. Já na vida social tanto a “encarnação” do conceito quanto a sua compreensão são insuficientes. Esse texto objetiva ser uma introdução a uma discussão que permita um entendimento menos superficial do que é cidadania.
Cidadania tem a ver com cidade; não exatamente com esse tipo de cidade em que vivemos e sim com a civitas romana e a polis grega. A palavra, aliás, deriva do vocábulo latino civitas. É verdade, você não deve se lembrar muito do que era a civitas romana ou a polis grega. A polis era a cidade-Estado grega, isto é, uma comunidade humana, uma forma de organização política, que ocupava determinado território e se governava a si própria, isto é, não era governada por outras polis. Para facilitar, pensemos a polis mais ou menos como os países que conhecemos hoje.
Nessas cidades-Estado nem todos eram iguais. Algumas pessoas podiam fazer coisas que a outras eram negadas. Uma dessas coisas que eram privilégio de apenas uma parcela da polis era a participação na tomada de decisões importantes para a cidade-Estado. Quem podia participar disso era o cidadão, o sujeito que participava integralmente da vida da polis, ou seja, que tomava decisões que tinham a ver com poder, guerras, regras, festas, rituais religiosos etc. Em Atenas, uma das cidades-Estado mais importantes da Grécia, por exemplo, a maioria dos habitantes não era composta de cidadãos. Estrangeiros, escravos e mulheres não eram cidadãos. Na verdade, a tal Democracia Grega de que tanto ouvimos falar era uma forma de governo que excluía a maioria dos habitantes da polis. Enquanto os cidadãos se reuniam na Ágora – uma espécie de praça pública – para discutir idéias, filosofar, decidir etc, um exército de não-cidadãos estava trabalhando duro para manter a cidade-Estado de pé. E as mulheres, os escravos e os estrangeiros não podiam fazer nada que lhes desse o status de cidadãos. No caso de Atenas, para ser cidadão você tinha que nascer do sexo masculino, em Atenas, e de pai cidadão e mãe ateniense! Percebe-se que o status de cidadão dependia de fatos que não estão sob o nosso controle. Ser cidadão era fruto do acaso, ou da sorte.
Vemos que a cidadania, de uma forma ou de outra, está ligada à idéia de privilégio de uns e de exclusão de outros. Hoje, quando falamos em cidadania pensamos sobretudo na inclusão das pessoas de modo mais ou menos universal, sem aceitar que o gênero, a cor da pele ou a renda possam excluir alguém do usufruto dos direitos de cidadania. Não é porque alguém ganha muito pouco ou é do sexo feminino que não possa votar e ser votado, por exemplo. Mas, como a evolução do fenômeno da cidadania revela, cidadania é algo que não nasceu como conhecemos hoje, como está na nossa Constituição Federal. Desde a Antiguidade Clássica, isto é, dos tempos dos romanos e dos antigos gregos, a esfera da cidadania vem se ampliando, se modificando. A própria história de Roma se confunde com a da luta pela ampliação dos direitos ligados à cidadania pela plebe. A idéia que temos de cidadania é fruto dessa evolução, marcada por avanços e retrocessos ao longo da história, e mesmo hoje ela ainda está em transformação. A luta de “minorias” nos nossos dias força a esfera da cidadania a se expandir e abranger mais pessoas e novos direitos.
Cidadania é uma construção social e, antes de avançarmos para a discussão da cidadania hoje, é necessário observar o processo histórico-social de que a cidadania moderna é fruto. E é isso que vamos fazer nas próximas aulas. (Por enquanto é só)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Mulheres se envolvem menos em acidentes com vítimas

"Mulher no volante: perigo constante". Eis o ditado que expressa uma das idéias do senso comum a respeito das mulheres: a de que elas dirigem mal. Quando eu não o usei para ilustrar o tema em aula, algum aluno o proferiu. Reparem no gênero: alunO; não alunA. As garotas geralmente protestam quando ouvem isso. E com razão, afinal há evidências de que elas dirigem melhor ou tão bem quanto os homens.
Uma pesquisa realizada pelo Denatran revela que as mulheres se envolvem menos em acidentes com vítimas.
É mais uma idéia do senso comum - como tantas outras baseadas em aparências - que está com os dias contados. Veja a pesquisa:

quinta-feira, 5 de março de 2009

O que é senso comum?






No dicionário Aurélio, encontramos a seguinte definição para a expressão senso comum: "conjunto de opiniões tão geralmente aceitas em época determinada que as opiniões contrárias aparecem como aberrações individuais."
A definição não deixa dúvidas: opiniões geralmente aceitas em época determinada. Isto significa que o senso comum varia com a época, ou melhor, de acordo com o conhecimento relativo alcançado pela maioria num determinado período histórico, embora possa existir uma minoria mais evoluída que alcançou um conhecimento superior ao aceito pela maioria. . Estas minorias por destoarem deste "senso comum" são geralmente discriminadas. A História está cheia destes exemplos. O mais conhecido é o de Galileu. Em seu tempo o senso comum considerava que a Terra era o centro do Universo e que o Sol girava em torno dela. Galileu ao afirmar que era a Terra que girava em volta do Sol quase foi queimado pela Inquisição. Teve que abjurar-se para salvar a vida. Hoje o senso comum mudou. Quem afirmar que o sol gira em torno da Terra será considerado no mínimo um louco pela maioria. Mas o senso comum não é composto apenas de noções (ou opiniões) sobre temas tão “grandiosos”. É o senso comum que nos orienta no dia-a-dia. Ele é um conjunto de opiniões, idéias, julgamentos, que nasce da experiência quotidiana. É, assim, um saber acerca dos elementos da realidade em que vivemos; um saber sobre os hábitos, os costumes, as práticas, as tradições, as regras de conduta, enfim, sobre tudo o que necessitamos para podermos nos orientar no nosso dia-a-dia: como comer à mesa, ligar a televisão, como usar o telefone... É, por isso, um saber informal, que se adquire espontaneamente, através do nosso contato com os outros, com as situações que vivemos. É um saber muito simples e superficial, que não exige grandes esforços. Mas, mesmo sendo indispensável para a nossa vida em sociedade, o senso comum não é suficiente para nos compreendermos a nós próprios e ao mundo, pois se nos basearmos nos dados do senso comum, facilmente caímos na ilusão de que as coisas são exatamente aquilo que parecem, nunca chegando a perceber que existe uma radical diferença entre a aparência e a realidade. Somos, sem perceber, levados a consolidar um conjunto de certezas, das quais achamos ser absurdo duvidar. Contudo essas certezas são questionáveis, pois se baseiam em aparências. Na vida social freqüentemente usamos essas certezas tão frágeis para explicar os fenômenos sociais, como, por exemplo, a violência, a corrupção, o preconceito racial etc. Assim, sobre a violência urbana e o crime podemos dizer que são provocados pela ambição por dinheiro, pela inveja, e nem nos passa pela cabeça que esses fenômenos têm causas sociais muito mais complexas que a simples inveja e a ambição. A sociologia, por ser uma ciência e, portanto, baseada na razão e no método científico, tem por missão compreender essas causas e ajudar o homem a entender os fenômenos da sociedade. A ciência sociológica, como podemos concluir, nos possibilita pensar os fenômenos sociais de maneira mais crítica e cuidadosa, ajudando a nos libertar do mundo de aparências do senso comum. (Fim)